Demissão de Daniela Lima expõe fracasso de um jornalismo parcial e debochado

Ex-apresentadora da GloboNews deixa a emissora após anos marcados por erros, gafes e postura militante que desrespeitou princípios básicos da profissão

Foto: Demissão de Daniela Lima marca o fim de uma trajetória polêmica na GloboNews e levanta debate sobre credibilidade no jornalismo (Foto Divulgação)

Por Décio Baixo Alves

 

Na segunda-feira, 4 de agosto de 2025, a GloboNews encerrou o contrato de Daniela Lima — apresentadora do Conexão GloboNews — num movimento oficial apresentado como “renovação do quadro do canal”  . Foi o fim de dois anos de um jornalismo enviesado, atravessado por ironias e deboche, que dificilmente deixará saudade.

 

Daniela Lima transitou por grandes redações: Folha de S. Paulo, Correio Braziliense, Revista Veja, TV Cultura (Roda Viva), CNN Brasil (CNN 360°) e finalmente GloboNews desde julho de 2023  . Mas, em toda essa trajetória, conseguiu superar uma expectativa negativa: ensinar como não fazer jornalismo.

 

O estilo da jornalista deixou claros sinais de parcialidade. Não era neutra, era arrogante. Cumpria o papel oposto ao que se espera: tom de deboche, politização extrema — defendendo bandeiras como se fosse militante, e não repórter. Foi motivo de tensão interna, segundo relatos à imprensa, e publicamente alvo de ataques — inclusive do então presidente Bolsonaro, que a chamou de “quadrúpede”  .

 

Ela cometeu erros graves no ar. Um episódio notório: em 2024 declarou que a PF havia apreendido um computador da Abin na casa do vereador Carlos Bolsonaro — o que se revelou falso; tratava‑se de ação em Salvador contra outro ex-assessor da Abin  . São lapsos que revelam descuido editorial incompatível com o rigor exigido no jornalismo político.

 

Também houve críticas à sua postura em debates e apresentação de programas. Em fóruns online, espectadores classificaram seu desempenho como “profissional mais patética que já vi na televisão” e “discursava mal, era muito mal preparada”  . Esses relatos de audiência traduzem desconexão com o público que se pretende informar.

 

Aleatoriamente, ela alegava ter “missão cumprida” e “cabeça erguida” na despedida nas redes sociais — mas não mencionou responsabilidade pelos erros ou a parcialidade que contaminou sua trajetória  .

 

Num momento em que a credibilidade jornalística está sob fogo cruzado, os profissionais têm obrigação de construir pontes com o público, não muros. Daniela Lima não cumpriu esse papel. Ela não se enquadrou nem como boa profissional — falta-lhe isenção, rigor e empatia —, nem como profissional medíocre, pois chegou a postos de visibilidade e prestígio. Mas esses cargos não decorreram de competência jornalística, e sim de linguagem agressiva travestida de autenticidade.

 

Em toda profissão, há bons e maus profissionais. Daniela Lima conseguiu nem ser uma coisa nem outra: superou a expectativa no sentido negativo — tornou-se paradigma do que não se deve fazer no jornalismo. Não alcançou o nível mínimo de seriedade, nem siquiera de profissionalismo — porque não fez jornalismo profissional. Não sei onde estudou, nem como chegou a tantos palcos — mas sei o que ficou: rancor, deboche e erro crasso onde havia espaço para compromisso com fatos.

 

Que sua demissão sirva de alerta: jornalismo exige respeito ao público, apuração, clareza, equilíbrio e compromisso com a verdade. Isso, Daniela Lima mostrou que não tem.

 

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