Salário: Câmara de Biguaçu discute valorização de cargos de nível superior no magistério

Professores apontam distorções salariais e propõem reajuste de 21% para corrigir desigualdades na rede municipal

Foto: Vereadores de Biguaçu se reuniram com servidores do magistério para discutir distorções salariais e valorização da carreira (Foto Divulgação)

Na tarde de segunda-feira (2), a Câmara Municipal de Biguaçu realizou uma reunião com servidores do magistério da rede pública para tratar das reivindicações da categoria sobre a valorização dos cargos de nível superior na carreira. A principal pauta foi a distorção nos salários entre profissionais de níveis médio e superior, especialmente no que diz respeito à progressão por escolaridade.
 
Durante o encontro, a professora Sirlene Melo destacou que o salário-base unificado em R$ 3.650,83 para ambos os níveis acaba desestimulando a qualificação. Segundo ela, um profissional com cargo de nível médio, mas com graduação, recebe hoje mais do que um servidor de nível superior devido ao acréscimo de 10% por escolaridade. “Essa lógica desvaloriza quem buscou formação superior”, afirmou.
 
Sirlene também apresentou comparativos que mostram distorções persistentes ao longo da carreira. Por exemplo, um servidor de nível médio com especialização recebe R$ 4.618,30, enquanto um de nível superior com a mesma qualificação recebe R$ 4.015,91. No topo da progressão, um professor de nível médio com mestrado atinge o mesmo salário de um professor de nível superior com doutorado: R$ 5.541,96.
 
Proposta da categoria
 
Para corrigir as discrepâncias, a categoria sugeriu um reajuste de 21% no salário-base dos profissionais de nível superior, elevando o valor para R$ 4.417,50. O reajuste também alteraria os valores pagos em progressões por escolaridade. A proposta foi construída considerando uma carga horária semanal de 30 horas.
 
Os vereadores presentes manifestaram apoio à pauta e destacaram a importância de encaminhar a demanda à mesa de negociação entre o Sindicato dos Servidores Municipais e a Prefeitura. Também reforçaram que qualquer alteração nos vencimentos deve partir do Poder Executivo antes de ser analisada pela Câmara.
 
Participaram da reunião os vereadores João Luiz Luz (presidente da Câmara), André Leal, Beatriz Borba, Israel Gaspar, John Kennedy Lara da Costa, Luan Pereira, Manoel José de Andrade, Rodrigo Cesar Ocker e Vandy Antunes, além de professores da rede municipal.

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