A Operação Presságio, deflagrada pela Polícia Civil de Santa Catarina, expôs um complexo esquema de corrupção envolvendo contratos emergenciais da Prefeitura de Florianópolis com a empresa Amazon Fort. O relatório final da investigação aponta que Edmilson Pereira Júnior (Ed Pereira), então secretário de Turismo, Cultura e Esporte da capital, recebeu cerca de R$ 500 mil em propinas, distribuídas em saques mensais para dificultar rastreamentos, conforme afirmações do documento oficial .
Segundo o relatório, em 4 de setembro de 2020, Ed Pereira recebeu R$ 130 mil — parte desses recursos, R$ 77.900, foi empregados na compra de um veículo em espécie, para uso de sua esposa, em uma revenda de automóveis em São José, na Grande Florianópolis . A Polícia considera a transação atípica e sem explicação legítima, reforçando suspeitas de origem ilícita do dinheiro.
A contratação da Amazon Fort, empresa sediada em Rondônia, foi feita pela Prefeitura por meio de dispensa de licitação, em caráter emergencial durante uma greve da Comcap em janeiro de 2021. Contudo, o contrato, que inicialmente visava suprir a demanda da autarquia, prolongou-se por 17 meses, totalizando quase R$ 30 milhões pagos aos cofres públicos .
O documento policial revela que Ed Pereira mantinha contato frequente com um dos sócios da Amazon Fort, desmentido pelo próprio ex-secretário, que alegou encontros casuais sem tratar de assuntos administrativos. A Polícia, entretanto, identificou mensagens que mencionavam “entrega de dinheiro”, evidenciando relacionamento próximo e favorecimento consciente .
A defesa de Ed Pereira refuta as acusações, anunciando contestação judicial. O advogado alega que o valor utilizado para a compra do veículo teria origem na venda de outro automóvel, também paga em espécie na mesma data